Afundei-me. De vez. Não sei como emergir do frenético balançar destas irrequietas ondas. Não consigo, por mais que tente, voltar à superfície e soltar aquela revigorante golfada de ar que me trará de volta toda a esperança de que agora tão desesperadamente necessito. Falta-me a força que ainda há pouco tinha... ou julgava ter. Força e coragem, se pensar bem. Só que não vejo motivo suficiente para voltar a suar, a esforçar-me... não vejo nada que me motive a nadar contra o esmagador peso desta água que agora me afoga.
Tenho os pulmões em brasa devido ao esforço que, apesar de tudo, ainda faço mesmo sem querer. São as últimas réstias de algo indefinido que me puxa para cima, que faz com que as minhas forças ganhem um novo fôlego. É milagre que após tantas provações, a vontade de avançar ainda não tenha ido totalmente embora. Não sei como nem porquê.
Se calhar, desistir não faz parte de mim. Talvez tudo se fique pelo
quase. Quem sabe a minha vida não se resuma nessa mesma palavra?
Quase.
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