Tenho-me sentido estranha. O meu humor oscila a cada minuto e ora estou bem, ora me lembro de algo que deveria já estar esquecido e fico mal outra vez. É insuportável esta fragilidade que sinto, esta necessidade de atenção, de sentir que sou querida por alguém. Continuo, no entanto, demonstrando uma felicidade que já não me lembro de sentir. Sim, porque pensando bem, já não consigo recordar a última vez em que me senti verdadeiramente feliz. Não tem sido, simplesmente, possível.
E esta minha vulnerabilidade, o facto de não a conseguir esconder, deixa-me frustrada comigo própria. Nunca fui assim, nunca fui pessoa de não conseguir esconder aquilo que realmente sinto, de deixar transparecer a tristeza naqueles momentos em que ela me invade. Mas talvez esta minha incapacidade para tornar a fechar-me em mim se deva ao facto de ter, por tanto tempo, reprimido as emoções que em mim vagueavam. Não quero, no entanto, que me achem uma pessoa fraca, por admitir que preciso de ajuda para ser feliz no meu dia-a-dia. Ou para, no mínimo, estar bem. Porque eu reconheço que não consigo estar bem sozinha. Preciso de alguém perto de mim, que me dê a mão, que me sorria e diga que vai ficar tudo bem. São de coisas simples como estas que eu necessito, é isto que me faz falta. E isto enfurece-me: reconhecer que preciso de alguém que me acompanhe, de alguém que esteja comigo em todos os momentos.
Só queria não ser tão "dependente" da presença das outras pessoas na minha vida.
Comentários
Enviar um comentário