Já comecei a escrever e já apaguei tudo. Simplesmente porque, neste momento, a minha cabeça é percorrida por um milhão de pensamentos, por uma imensidão de coisas que não deveriam estar a ocorrer-me, mas que pairam no ar de qualquer maneira. Esta minha sensação de inutilidade, de tristeza com um nada que me atormenta dia após dia... tudo isto me faz achar cada vez mais que estou louca. E se calhar estou mesmo.
Paro de escrever e poiso a cabeça na mesa. Para quê? Para nada. Mas faço-o. E este simples gesto demonstra o cansaço interior que já sinto e que há anos me acompanha. É chegado o momento em que se começa a notar a minha falta de força para acarretar determinadas coisas. Mas, como sempre disse, não sou forte. Talvez por isso me admire com a resistência que tenho a certos assuntos, a certas etapas da vida que são emocionalmente esgotantes e tantas vezes difíceis de suportar. Só a minha ânsia de continuar me faz afastar do pensamento a ideia de desistir, que por tantas vezes me pareceu já aliciante. No entanto, não posso fazê-lo, não me permito a mim própria essa desistência perante aquela que considero a maior de todas as adversidades: a vida. Desta nunca desistirei. Se já ultrapassei barreiras que julgava impossíveis fazendo-o sozinha, não vou agora desistir da minha busca pela felicidade. Apesar de achar que esta me está vedada, não tenciono desistir e desiludir aqueles que me amam e que me apoiaram em muitas fases da minha vida. No entanto, não me quero desiludir a mim mesma, coisa que tenho vindo a fazer desde que me conheço.
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