Fizeste ontem sete meses. É verdade. Sete meses e ainda não vi uma única imagem tua, uma fotografia que me mostrasse como és, se és parecida com o pai, se tens algum traço que nos aproxime fisicamente...
Não sei como és. Mas sei que mesmo assim me pertences, de uma maneira muito forte. Sei, para além da tua idade, o teu nome. E nada mais. Sei também que existes, mas apenas posso imaginar-te. Não sei se te verei alguma vez na vida. Afinal de contas, temos um oceano a separar-nos, temos meio mundo entre nós. E isso era uma coisa que eu queria muito: ver-te. Gostava de saber tanto sobre ti, sobre os teus pequenos e tão longos sete meses, sobre este tempo da tua existência. Gostava de saber qual é a cor dos teus olhos. Castanhos, provavelmente, não é? É a cor dos olhos do pai, e acho que da tua mãe também.
Estou aqui a pensar agora que és tão pequenina... Não poderás nunca imaginar que tens alguém no outro lado do mundo a pensar em ti, a escrever sobre ti... Muito menos alguém que te ama sem te conhecer.
Por vezes gostava de saber que tudo isto é mentira, que não existes, ou que, pelo menos, a tua existência não tem nada que ver com a minha. Assim não teria de lidar com o triste pensamento que me ocorre de vez em quando, sempre que me lembro que há um ser tão pequenino do outro lado do mundo que também é meu, tanto como estes dois pequenos que me acompanham dia a dia. Mas a verdade é que tu existes. E também és a minha pequena.
Nós não somos três. Somos quatro. E custa-me ouvir o pai renegar a tua existência na vida dele. Ele também nunca te viu. Mas eu sei que era uma coisa de que também gostava muito. Ele só omite a tua existência, porque não pode simplesmente admitir que teve uma filha. Outra filha. E tão longe. Eu só gostava de saber o que ele sente quando se lembra de ti. Mas sei que partilhamos um medo muito grande. Pelo menos, falo por mim. Tenho medo de ter a oportunidade de te ver e ficar demasiado apegada a ti, depois disso. Ele também teme isso, sabias? Porque tu és muito pequenina, estás longe, mas não deixas de ser nossa. E há uma parte de mim que quer chorar, neste momento, por estar a escrever para uma bebé que nunca vi, mas que amo muito, apesar de tentar pensar em ti o mínimo possível, de te levar para o fundo da minha memória. Mas sabes? Quero muito ver-te. E quero acreditar que isso vai ser possível.
Porque és a minha pequena, porque és minha, por muitas razões que já referi. Mas a mais importante... porque te amo.
Fica bem, princesa.
Não sei como és. Mas sei que mesmo assim me pertences, de uma maneira muito forte. Sei, para além da tua idade, o teu nome. E nada mais. Sei também que existes, mas apenas posso imaginar-te. Não sei se te verei alguma vez na vida. Afinal de contas, temos um oceano a separar-nos, temos meio mundo entre nós. E isso era uma coisa que eu queria muito: ver-te. Gostava de saber tanto sobre ti, sobre os teus pequenos e tão longos sete meses, sobre este tempo da tua existência. Gostava de saber qual é a cor dos teus olhos. Castanhos, provavelmente, não é? É a cor dos olhos do pai, e acho que da tua mãe também.
Estou aqui a pensar agora que és tão pequenina... Não poderás nunca imaginar que tens alguém no outro lado do mundo a pensar em ti, a escrever sobre ti... Muito menos alguém que te ama sem te conhecer.
Por vezes gostava de saber que tudo isto é mentira, que não existes, ou que, pelo menos, a tua existência não tem nada que ver com a minha. Assim não teria de lidar com o triste pensamento que me ocorre de vez em quando, sempre que me lembro que há um ser tão pequenino do outro lado do mundo que também é meu, tanto como estes dois pequenos que me acompanham dia a dia. Mas a verdade é que tu existes. E também és a minha pequena.
Nós não somos três. Somos quatro. E custa-me ouvir o pai renegar a tua existência na vida dele. Ele também nunca te viu. Mas eu sei que era uma coisa de que também gostava muito. Ele só omite a tua existência, porque não pode simplesmente admitir que teve uma filha. Outra filha. E tão longe. Eu só gostava de saber o que ele sente quando se lembra de ti. Mas sei que partilhamos um medo muito grande. Pelo menos, falo por mim. Tenho medo de ter a oportunidade de te ver e ficar demasiado apegada a ti, depois disso. Ele também teme isso, sabias? Porque tu és muito pequenina, estás longe, mas não deixas de ser nossa. E há uma parte de mim que quer chorar, neste momento, por estar a escrever para uma bebé que nunca vi, mas que amo muito, apesar de tentar pensar em ti o mínimo possível, de te levar para o fundo da minha memória. Mas sabes? Quero muito ver-te. E quero acreditar que isso vai ser possível.
Porque és a minha pequena, porque és minha, por muitas razões que já referi. Mas a mais importante... porque te amo.
Fica bem, princesa.
Comentários
Enviar um comentário