Se soubesses o quanto me está a magoar este dia... Ainda
só passam 14 minutos da meia-noite, mas estes foram 14 minutos muito difíceis.
Saber que não vou estar “presente” no dia do teu aniversário, que não devia
sequer dar-te os parabéns, porque prometi não voltar a incomodar-te mais... Tudo
isto magoa que se farta! Mas o que posso eu fazer? Chamem-lhe obssessão,
chamem-lhe o que quiserem... É mais forte do que eu.
Este meu gostar de ti parece que nunca verá um fim. E
sabes que mais? Por um lado, eu gostava de ter esse fim. Porque dói taaanto
ver-te ir embora, sem lançares um último olhar para trás, sem um único sorriso,
de esguelha que seja, dirigido a mim. Este pormenor, que tão pequeno parece,
tem para mim um tamanho tão grande... Ocupa todo o meu ser, esta vontade de te
ver sorrir-ME. Mas para que me quero iludir eu? Para que quero continuar a
viver no mundo da imaginação? É melhor, por um só motivo: no meu pensamento,
posso ainda “ter-te” a toda a hora. E talvez por isso, quando torno à
realidade, esta me parece ainda mais dura. Porque passo grande do meu tempo a
viver através do sonho. Se bem que isso não é nada que tu não saibas. Ou assim
acredito eu.
Será que se soubesses o quanto me magoa esta
indiferença “mútua”, farias alguma coisa para mudar a nossa situação actual? Ou
será que tens plena noção disso, mas, mesmo assim, não te importas? É o mais
provável, não é? Claro que é. E neste momento estou a ser tão lúcida, porque
estou no mundo real. Estou a tentar racionalizar aquilo que um dia nos
aconteceu. Se calhar, nada foi real. Era tão bom se eu conseguisse acreditar
nisso... E lá estou eu, mais uma vez, a tentar enganar-me a mim própria. Já
chega. Chega de me martirizar, chega de sofrer por alguém que não valoriza o
meu sentimento, que é a coisa mais pura que tenho. Acabou. E só tenho de me
mentalizar disso. Outra vez.
Vou agora embora, com esta dor ainda a pesar-me no
coração, pronta para enfrentar um dos piores dias de sempre.
Ah... Parabéns!
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